Medidores pré-pagos: o que o futuro trará?
Os medidores de energia de pré-pagamento são um tipo de medidor de eletricidade que pode ser carregado com crédito antes de dar acesso à energia aos consumidores. Nesse sistema de medição, os consumidores pagam antecipadamente a quantidade de eletricidade que desejam usar comprando um cartão, token ou chave, que é usado para adicionar crédito ao medidor.
O custo da energia consumida é deduzido diretamente do crédito carregado, com o usuário recebendo alertas quando seu crédito está acabando. O medidor desliga quando todo o crédito é usado.
Medidores de pré-pagamento de eletricidade estão em uso há mais de um século. O primeiro medidor de pré-pagamento foi introduzido no ano de 1899 pela empresa britânica General Electric (GE). O dispositivo foi chamado de medidor de 'coin-in-slot' e exigia que os clientes inserissem moedas no medidor para pagar pela eletricidade. Este medidor de pré-pagamento não era confiável e sujeito a roubo de moedas, sendo rapidamente substituído por modelos mais avançados.
Ao longo do século 20, os medidores de pré-pagamento continuaram sendo desenvolvidos e aprimorados com o uso de diferentes tipos de chaves, tokens e leitores de cartões. Tudo em comum era uma solução proprietária, de propriedade dos fabricantes ou utilitários.
No ano de 1997, a Associação STS (Standard Transfer Specification) foi formada como uma organização internacional sem fins lucrativos com o objetivo de desenvolver um padrão global para sistemas de medição pré-paga. A organização foi fundada por um grupo de fabricantes líderes de medidores pré-pagos que reconheceram a necessidade de um protocolo de comunicação padronizado para permitir a interoperabilidade entre os diferentes sistemas.
O STS é um padrão industrial internacional descrito na IEC 62055-41, -51 e -52.
O sistema é baseado na emissão de tokens de 20 dígitos. Esses tokens são gerados nos módulos de segurança utilitários individuais e são criptografados pela chave do utilitário. Isso torna todo o sistema de venda e emissão de tokens seguro.
O protocolo STS é usado em mais de 50 países em todo o mundo e foi desenvolvido para garantir a segurança e a interoperabilidade das soluções de pré-pagamento. O padrão STS ajuda a garantir que os medidores de energia de pré-pagamento sejam fáceis de instalar, manter e usar em diferentes fabricantes, tornando mais fácil para os consumidores alternar entre fornecedores de energia.
Os medidores de energia pré-pagamento apresentam diversas vantagens, tanto para os consumidores quanto para as concessionárias. Para os consumidores, os medidores de pré-pagamento podem ajudá-los a gerenciar seus custos de energia, permitindo que eles paguem sua eletricidade e gás em pequenas parcelas, em vez de receber uma grande conta no final de cada mês. Isso pode ser particularmente benéfico para famílias de baixa renda ou com orçamento apertado, pois os ajuda a fazer orçamentos e evitar dívidas.
Outra vantagem é que os medidores de pré-pagamento incentivam a eficiência energética. Com um contador de pré-pagamento, os clientes podem ver o custo da sua utilização de energia em tempo real, permitindo-lhes ajustar o seu comportamento de forma a ajudá-los a consumir menos energia e, consequentemente, a poupar dinheiro. Isso pode levar a economias significativas para o consumidor, bem como reduzir o consumo de energia e as emissões de carbono.
Para serviços públicos, medidores de pré-pagamento podem ser benéficos, reduzindo o custo de faturamento e atendimento ao cliente. Isso ocorre porque os medidores de pré-pagamento automatizam o processo de cobrança, o que significa que as concessionárias não precisam enviar tantos funcionários para ler os medidores e produzir contas. No geral, os medidores de energia de pré-pagamento são uma maneira eficiente e eficaz de gerenciar o consumo e os custos de energia para consumidores e serviços públicos.
Embora os medidores de eletricidade de pré-pagamento ofereçam vários benefícios, também existem algumas desvantagens associadas ao seu uso. Uma das principais preocupações é que os medidores de pré-pagamento podem ser mais caros de operar em comparação com os medidores de pós-pagamento tradicionais. Isto porque requerem uma rede de comunicação para facilitar o carregamento remoto de crédito, bem como os custos de manutenção e gestão.
Outra questão potencial é que os medidores de pré-pagamento podem diminuir a acessibilidade de energia para famílias de baixa renda. Como os medidores de pré-pagamento exigem que os clientes paguem antecipadamente por sua energia, aqueles com orçamentos apertados podem não conseguir pagar por crédito de energia suficiente para manter suas casas aquecidas, iluminadas ou elétricas, levando à pobreza energética.